05 novembro 2003

O Circo



O dia estava a começar bem! Dizem que nós os adolescentes andamos na idade parva, pois então estou convencido que a minha família continua na adolescência e há poucas prespectivas de que cresça. Bem, em tamanho ela é suficientemente grande: Tenho uma irmã mais velha, boa como o milho. Aliás impõe-se aqui um parêntesis: Ela é tão boa, tão boa, que quando vai tomar banho aproveito para ir espreitar no buraco da fechadura e entregar-me ao onanismo! (Apanhei um carolo por causa dessa palavra, porque dantes usava outra!) Depois venho eu (o adolescente de serviço) e depois os meus manos mais novos que são gémeos e são bébés. Vivemos num T3, a minha irmã tem direito a um quarto só para ela (que pena!), e os meus pais dormem no outro quarto. Os gémeos parecem destinados a fazer desaparecer o escritório do pai. Felizmente a minha irmã já namora, pelo que quando os gémeos forem putos, eu em principio devo ter um quarto só pra mim. isto se a minha irmã casar, e se pirar daqui! Ela namorar já namora. O sacana é um sortido! Só de pensar nas mamas da minha irmã, começo logo a sentir cá um calor! Mas é o entusiasmo juvenil, desculpem. Estava a dizer que o dia até começou bem, o meu pai que é um distraído, esqueceu-se do leite no fogão e veio fora, a minha irmã fez uma birra porque já estava atrasada pra escola e a minha mãe tava a dar de mamar aos gémeos e ela é que tinha de limpar. Depois enquanto um gémeo mamava o outro reclamava! Há uma coisa que me preocupa: É como a minha mãe consegue ter leite para os dois! Pois ela dá as duas mamas a cada um deles. É certo que um deles há-de ficar com fome! Pelo menos a julgar pelos berros. Mas enfim, acho que é a lei da natureza! Uma vez vi num documentário que as crias de certas aves, expulsam os irmãos mandando-os do ninho abaixo para terem mais hipoteses de sobrevivência. Humm... Cá pra mim, um dos gémeos é um homicida em potencial.
Depois a minha irmã com a birra limpou o fogão e atirou com o fervedor para cima da banca, para azar bateu no escorredouro da loiça e o resultado é que caiu tudo, o que me deu um ataque de riso! A minha irmã danada deu-me um tabefe e eu dei-lhe outro (mas aproveitei foi pra lhe apalpar as mamas)! Os gémeos com o barulho desataram numa berraria, a minha mãe passou-se veio á cozinha e deu-me com a colher de pau, a minha irmã safou-se para o quarto e depois pirou-se pra escola! Isto de ser novo tem que se lhe diga!
A minha mãe ainda deixou uma ameaça no ar:
-- O vosso avô chega hoje! E vejam voces como se portam?!! Não têm vergonha?
Para ser sincero eu até tenho, mas é mais forte do que eu! Não resisto a bom par de mamas.
Fui prá escola e quando voltei a casa parecia mais bagunçada ainda do que nunca. O meu pai esbracejava e dizia palavrões com a minha mãe atrás dele a mandá-lo calar-se, que tava a dar um lindo exemplo aos filhos. Não sei porque ela se preocupa tanto, a primeira coisa que se aprende na escola são os palavrões! E os gémeos são pequeninos demais para perceber, e a minha irmã ainda não tinha chegado. Depois percebi a arrelia do meu pai: As Finanças estavam a pedir-lhe uns papéis e ele como é organizado como eu, não sabia onde os tinha posto!
Então fez-me andar a ajudá-lo, coisa que eu fiz rapidamente no meu quarto, não fosse ele descobrir a minha colecção secreta de revistas eróticas! Isto de ser adolescente tem que se lhe diga! A vida é muito perigosa, é por isso que quando for grande quero ser agente secreto. Já ando a treinar! Aliás procurar documentos, mesmo que fossem os do meu pai, era um bom treino. Mas foi um fracasso, não consegui encontrar o raio dos papéis. Possivelmente ele tinha-os posto no lixo.
A minha mãe tava a fazer o almoço, mas como quis ajudar o meu pai, e os gémeos começaram outra vez na sua berraria em estereo, a minha mãe distraiu-se e deixou queimar o arroz. A minha irmã ainda não tinha chegado!
O meu pai ficou ainda mais irritado, porque estava quase na hora de voltar ao trabalho e estava diante da prespectiva de ter de ir sem comer! Para além do mais os gémeos provavam que não sofriam dos pulmões berrando a bom berrar!
Entretanto bateram à porta, e a minha mãe mandou-me ir ver quem era.
Abri a porta e era o avô com um grande sorriso. Sorri também, afinal ele era um avô baril e costumava dar-me dinheiro sempre que nos visitava.
Disse eu, abrindo a porta e fazendo-lhe uma vénia:
-- Bem-vindo ao circo avô!