02 novembro 2003

CARTA DE AMOR


Amor,

Escrevo nesta agonia de saber que a vida é sempre a perder. Não lhe importa quanto te ame, quanto te deseje. Não importa que os teus lábios tenham o sabor de morangos ou o teu cabelo me lembre o perfume do campo na Primavera.
Não somos eternos e um dia um dos dois perderá o outro.
Por isso deves perceber a minha ânsia de hoje. O valor de cada instante, de cada momento.
Por isso tens de perceber como te guardo no meu peito no medo de que fujas ou me deixes.
Se posso desejar alguma coisa é que o tempo páre quando estamos juntos. Porque nesse instante tenho tudo e sou completo.
Sei que não podes entender. O meu amor por ti, até a mim me parece incompreensível.
Não entendo por que choro, e contudo dizes que me amas.
Fico inquieto, mesmo tu dizendo-me que nunca te perderei.
Mas o meu coração é doido e talvez ele saiba coisas que eu não sei, e por isso mesmo ando confuso.
Não que não saiba o que quero: Quero-te a ti! Talvez do que não tenha a certeza é se me queres a mim.
Contudo, decidas tu o que decidires, seja qual for o rumo que a tua vida tome, terás de sabê-lo: Eu amo-te!
Amo-te como sei, amo-te mais do que posso, porque o meu coração cresceu e doi-me tê-lo encerrado no peito.
Escuta-o, e escuta o teu, sem os medos habituais. Escuta-o como se eu e tu fossemos eternos e o tempo fosse para gastar até à exaustão. Escuta-o como se fossemos jovens para sempre, para que a força não lhe diminua.
Sim é ridículo um homem apaixonado. Sim é patético o amor. Mas não me importo de ser ridículo nem patético, pois sei que sou sincero. Que nunca fui tão verdadeiro quanto o sou, quando te declaro o meu amor.
Pensas que durará apenas um instante? Mesmo que fosse, seria um bom instante e queria oferecer-to!
Não tenho mais para oferecer de que a mim próprio. Com as minhas virtudes e os meus defeitos.
Mas sinto que me d´s força para ser um homem melhor! Será o teu amor? Tenho de acreditar nisso, quero acreditar nisso.
Por isso, sinto-me grato e queria pagar essa dívida. Como? Amando-te. Saberei aguardar. Dá-me uma oportunidade,

Do teu