29 janeiro 2004

Outra carta de amor...


Amor,

Escrevo-te esta nova carta, para que não gastes as antigas, à força de repetidamente as leres. Fica tranquila, pois reitero nesta o que já te tinha dito nas anteriores: Que te amo!
Também como podia ser de outro modo? Se o tempo que passa, me faz conhecer-te melhor? E igual à ostra no teu íntimo, escondes uma pérola!
Sei que já não está na moda escrever cartas de amor, mas que me importa? E tu importas-te que as escreva? Acho que não… Afinal, continuas a ler as antigas.
Deixa que te conte que o tempo não te rouba o encanto, apenas renova os teus mistérios, e me incita a descobrir-te de novo. É como quando depois da chuva num dia de Verão, a luz parece mais clara, as cores mais saturadas, a nitidez da paisagem parece saída de um desenho perfeito.
Sim, tens razão, exagero. O desenho nunca poderia estar ao teu nível, por muito perfeito que fosse, seria sempre um esboço de ti.
Às vezes gostava de ser cego. Assim deixarias que me aproximasse e te tocasse, sem qualquer constrangimento. Ou então talvez pudesse ser ao menos escultor. E tu posarias para mim… Mas sei que não ficaria bem, as minhas tremeriam todo o tempo!
Tens razão, exagero de novo. Sou cego, pois só te vejo a ti, e as minhas mãos tremem todo o tempo com a vontade louca que tenho de te tocar!
Vou terminar por aqui, tem de ser. É que o tempo me é pouco para te sonhar!
Fica bem amor, espera-me em breve,

Do teu mais que tudo

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