12 fevereiro 2004

Carta de Amor e Despedida


Amo-te. Não te restem quaisquer dúvidas quanto a isso. Um amor intenso e doido, como é afinal, típico de todos os grandes amores. E não é isso que todos buscamos nesta vida? Amei sempre muito, em contrapartida apesar de amado, nunca me senti plenamente amado, como tu. Podia ser contigo mas...
Foi um sonho, um desejo, algo que podia ser tudo mas nunca podia ser um grande amor.
Não sei porque a vida tem de ser cruel assim. Cruel para mim, para ti; mesmo quando te vestes de teenager e sonho abraçar-te.
É como todas as coisas impossíveis, uma dor, tudo o que resta. A distància, a vida, a tua e a minha, vida que como vês afinal nunca foi nossa. Somos como dois arcos tangentes, e o nosso encontro não passou de um momento. Por isso mesmo sem querer deve tudo terminar por aqui, não é?
Certamente na tua busca encontrarás outros parecidos comigo, só que mais próximos. O suficiente para te dizerem segredos ao ouvido, mais próximos para te abraçarem e te fazerem sentir mulher. Mas sabes, serão apenas próximos. Nunca voarão no teu íntimo como eu voei, nem te conhecerão tão bem quanto eu te conheci. O amor faz essa diferença e permite--nos espreitar a alma da pessoa amada. Ou então são apenas efeitos secundários deste desejo intenso e sempre perseguido de encontrar o tal grande amor. Talvez eu seja apenas doido e essa seja por si só razão suficiente para esta nossa relação terminar.
Não termina porque queira acabar com ela. Termina apenas porque apesar de começar, não leva a lado nenhum! Sim, talvez leve, a esse amargo de boca que sinto, a esta angústia no peito, a esta sensação de ficar vazio, pensando se a vida tem mesmo algum sentido, ou se é apenas isto, este andar à toa.
Não percas tempo com uma causa perdida. Gostava de te fazer feliz, mas nem a mim consigo fazer feliz, quanto mais a ti! Fica-me sempre este peso na consciência de teres estado tão perto, para acabares tão distante.
Mas tens razão, a proximidade foi uma ilusão e deixamo-nos ir na doçura dela. Deixa então que fique eu agora com os amargos de boca e te liberte.
Encontra quem te faça feliz e se não encontrares, saberás que te espero. Porque eu espero sempre...

Com esperança,
Este que te ama.

2 comentários:

Anónimo disse...

Lindo!comovente, e compreendo-te na perfeição, das coisas mais bonitas que li. :(

Anónimo disse...

Hi I think you're wrong. I'm sure. I can prove it.