04 fevereiro 2004

Kriptos


O espaço serve de palco à reverberação das palavras que ricocheteiam nas paredes, nos móveis e em nós, que estamos sós. Mais solitários porque estamos juntos, banhados em sonoridades que perderam o sentido, transformando-se agora num ruído de fundo, que já pretendeu ser comunicação. Os sons são como poalha que nos inunda e incomoda. Pelo meio ficam palavras que não querem dizer nada, são como gritos de naufrago no troar da tempestade. As palavras ficarão mais espessas e mais líquidas. Morreremos nadando, sabendo que é para nada.

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