12 fevereiro 2006

A Esperança Fria



Já nada lhe importava mais. A nave ficara sem combustível e dali até ao frio do espaço era nda menos que um passo e ele sabia-o. Ninguém o mandara naquela viagem, mas convencera-se de que podia...
Teimosias que se pagam caro. Sorriu. Desligou todos os sistemas excepto o de sustentação de vida. Sempre lhe haviam dito que a esperança era a última a morrer. Portanto a esperança só devia morrer quando ele morresse. Sorriu.
Achou que era uma boa altura para reflectir no que a sua vida fora. Olhou para o negro do espaço cintilado de estrelas. Teria feito alguma diferença cá ter andado?
A natureza parecia responder-lhe com um categorico: Não!
Era pó. Camada a mais, camada a menos, não passava de pó. Não havia nada que pudesse fazer para mudar isso. Talvez só os generais que sacodem e varrem o pó humano, sejam recordados por serem mais que pó! São espanadores!
Alguém o lembraria? Um punhado de amigos, familiares?
Somos enquanto somos e depois não somos. Que esperança fica?
Lembrou-se de um velho em Rigula, que lhe dissera que todas as esperanças servem, desde que sejam suficientemente boas para nos enganar.
Agora compreendia.

5 comentários:

Anónimo disse...

do pó não fica a memória...
abraços com memória

douglas D. disse...

feito pó, seguimos...

Warum Nicht? disse...

morrer na terra ou morrer no espaço, eis a questão...
somos todos "cadaveres adiados"

Catarina Ferreira disse...

obrigada por paassares la no meu.. e se realmente nao fizessemos a diferença e nao fossemos recordados nao valeria a pena existirem palavras como adoro.te e amo.te pois nao fariam sentido..essas sao eternas tal como a pexoa k as diz ou as ouve na memoria do outro!

continua a postar e semp k kisers paxa no meu..beijoo

mitro disse...

Olá Catarina,

Um dia descobrirás que palavras, não passam disso mesmo, mesmo que sejam 'Amo-te' ou 'Adoro-te'.

A verdade contida nas palavras é que é importante.

Um abraço.